quinta-feira, 21 de julho de 2011

Ford T 1922 brazopolense ...


Ontem eu estava folheando algumas revistas antigas, quando passo pela Quatro Rodas de Outubro de 1961 e me chama a atenção as fotos de um fordinho. Os Ford T sempre me são muito simpáticos. A notinha dizia que o fordinho pertencia ao leitor Lafaiete Paduan de Santa Rita do Sapucaí-MG, daí pensei "Sta. Rita!". Logo mais adiante a surpresa: dizia que o carro fora comprado em Novembro de 1958 de um "fazendeiro em Brazópolis"! Ora, uma fordinho brazopolense! que máximo!

Tivemos aqui em Brazópolis a Agência Ford do Zé Aniceto Gomes, e minha infância foi povoada por diversas histórias de fordinhos T, tanto pelo meu avô quanto pelo meu pai, principalmente.

Muito provavelmente esse fordinho chegou à Brazópolis de trem, desmontado n'uma caixa e aqui foi montado, vendido e viveu de 1922 até 1958. Se a matéria dissesse quem era o "fazendeiro", talvez até fosse possível puxar o fio da meada...

guilhermedicin@hotmail.com

10 comentários:

  1. Esses carrinhos são muito charmosos!

    ResponderExcluir
  2. De todos os carros que eu já dirigi, o modelo T foi um dos mais emocionantes e mágicos... foi como aprender a dirigir de novo. Um carro construído e vendido honestamente para durar muito, muito tempo.

    ResponderExcluir
  3. Filho, são mesmo muitas histórias... me lembrei de um episódio ocorrido no ano de 1970: Eu, jovem apaixonado e entusiasmado pelo meu Ford A 1929, meu primeiro automóvel, que me impunha dedicação diária para mantê-lo andando de tão mau conservado que era, mesmo assim eu orgulhoso dele, ainda ousava chamar aquilo de "automóvel". Numa tarde, na praça da antiga estação de nossa pequena Brazópolis, meu amigo Izac Mendonça, vendo minha labuta com o Ford me fala: "Haroldo! Larga mão desse Fordinho! Lá no porão do casarão da fazenda tem um Ford T abandonado há anos, foi do meu pai, garanto que ainda é melhor do que seu Ford bigode! Vamos lá agora busca-lo, é seu!" Eu, surpreso e demonstrando muita alegria com o repentino presente e conhecendo a fazenda e o casarão, "vamos lá agora!". Andamos cerca de um quilômetro a passos largos quando avistamos o casarão. Meu amigo, cujo apelido era Grilo, alguns anos mais velho do que eu, sempre foi homem sério e não brincava com as situações. Ao chegarmos no casarão, que pertencera a seu pai, um portão de madeira me separava do presente que acabava de receber... No caminho, ele ainda me falou que a chave do T a vida inteira sempre ficou pendurada na coluna esquerda do para-brisa. Depois de muito trabalho, com ajuda de um machado meu amigo consegue abrir o portão que deu para um porão escuro e mofado. Mas?? Surpresa!! Não havia mais o Ford T naquele porão... Os sinais davam conta de que o desaparecimento estava recente. Nós dois, desapontados, ele muito mais do que eu e sem saber que fim teria tido aquele Ford T, voltamos da Fazenda, eu com a sensação de que foi um sonho...

    Haroldo Aniceto Gomes

    ResponderExcluir
  4. Nossa, seu Haroldo, o texto do sr. é literatura! Seria bom que outros antigomobilistas pioneiros como o sr. partilhassem dessas histórias conosco. Muito obrigado!

    ResponderExcluir
  5. Muito interessante essa reportagem! Vou pesquisar sobre o dono do carro e tentar descobrir mais sobre essa história. É uma ótima pauta para a próxima edição do empório não? Obrigado por visitar nosso blog. Quando sair a matéria eu te mando. Abraço! Carlos Romero.

    ResponderExcluir
  6. De qualquer forma merece uma investigação, entre a velha guarda Brazopolense.
    Com certeza tem uma bela história a ser contada, através desse carro.
    Romeu

    ResponderExcluir
  7. Num livro recente, achei finalmente foto dos T dentro dos caixotes prontos para serem embarcados, coisa que sempre ouvi mas nunca tinha visto, até então. Preciso capturar essa imagem para compartilhar com todos, pois imagino que a curiosidade seja comum.

    ResponderExcluir
  8. Sr. Haroldo


    Realmente, seu relato vai de encontro com as historias que minha mãe conta.Sou neto do Sr. Isaac Mendonça e sobrinho do "Grilo". Minha mãe sempre me contou que "este T" e possivelmente mais algum "automevel" estavam guardados neste porão. O que ela me conta é que eles foram parar la por conta da 2ª Gerra, onde os carros foram escondidos não sei se neste porão, pois ela conta que foram levados para um pasto e postos sob uma arvore.
    Mas enfim, o tal "tomóve", um ford T pertenceu sim ao meu avo.

    abraços

    Geraldo

    ResponderExcluir
  9. Olá Geraldo, é muito provável que os carros tenham sido guardados lá não na segunda Guerra, mas na Revolução Constitucionalista de 1932. Como somos fronteira entre os estados, eles faziam a requisição dos automóveis, o que na prática, significava perder os carros! Meu avô, Chiquinho Aniceto, contava que muitos carros foram escondidos nas matas das fazendas. Meu bisavô, Seu Tunico, tinha na época um Ford T Runabout 1922 e um Chevrolet Pavão 1928, que para não perdê-los, achou por bem desmontá-los na fazenda, mas acontece que nunca mais montou! Foram ficando as partes, tomando outras funções, sumindo... Hoje, ainda temos guardadas algumas peças que sobraram destes dois carros.

    Abraço,

    ResponderExcluir
  10. Oi o guilherme aqui em casa tem umas das primeiras cartas de motorista do toninho gomes pai de meu avô se tem que ver esta raridade assinada pelo henrique braz irmão do presidente Weseslau braz

    ResponderExcluir